Irão acontecer ações em favelas de todo o país. Sambista Arlindo Cruz será o grande homenageado do dia
Dia 4 de novembro é Dia da Favela. A data foi escolhida, porque foi neste dia que a expressão favela apareceu pela primeira vez em um documento oficial. Foi no Rio de Janeiro, em 1900*, quando o então delegado da 10º Circunscrição e o chefe da Polícia da época, Dr. Enéas Galvão, redigiu um documento se referindo ao Morro da Providência como favela, um lugar que precisava ser limpo, associando aquele território como um lugar sujo de gente, imoral, entre outros adjetivos negativos. Hoje a Providência é considerada a primeira favela do Brasil. No município de São Paulo, a data entrou para o calendário oficial de eventos em 2015 pela inserção do parágrafo 7 no artigo 42 na Lei de número 14.485, proposta pelo então vereador Netinho de Paula.
Mais do que comemoração, o dia será marcado por reflexão sobre os problemas existentes nestes territórios, e o descaso e a negligência históricos demandados a esses lugares e seus moradores. Mas também haverá exaltação da representatividade, da resiliência e da potência presente nestes territórios.
Por isso, acontecerão uma série de debates, palestras e shows por favelas de todo o Brasil, promovidos por diversas instituições que atuam nestes locais.
O grande homenageado desta 16ª edição do Dia da Favela será o sambista Arlindo Cruz, que sempre poetizou a favela em suas letras, sem esquecer do lugar de onde veio, exaltando-o em suas composições.
“A gente não deve comemorar a existência das favelas, mas deve sim celebrar as mais diversas manifestações culturais, artísticas, sociais, de honestidade, de solidariedade, que existem e são marca dessas pessoas que vivem nesse lugar. Isso sim precisa ser celebrado e festejado. A ideia é comemorar a resiliência, a força, a autenticidade, e a agenda positiva tão presente nesses territórios”, explicou Nega Gizza, rapper, produtora de eventos em favelas e fundadora da CUFA (Central Única das Favelas).
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